Uma conversa (de quarentena) sobre ansiedade

13 julho

Oi! Como vai por aí? Eu relutei muito sobre trazer esse assunto ou não, mas no fim achei que muitas pessoas poderiam gostar de ler isso, principalmente em meio a essa quarentena. Eu não vou falar de termos técnicos, apenas sobre a minha experiência com a ansiedade que pode se aplicar a você ou não. Espero que de alguma forma esse texto te acrescente! Uma conversa bem íntima sobre ser uma pessoa ansiosa.

crises de ansiedade

  Desde a infância a ansiedade faz parte da minha vida, por isso eu demorei a me ver como uma pessoa ansiosa, porque para mim era apenas parte da minha personalidade. Antes de fazer algo, eu imaginava todas as possíveis coisas que poderiam acontecer, mesmo se eu fosse só comprar pão. É exaustivo pensar em tudo e até frustrante quando acontece algo que não estava em um dos muitos "planos". É estranho como a nossa cabeça cria algo que não condiz com a realidade, e só nos faz sofrer em pensar demais e criar várias paranóias.

 Para mim, é difícil até fazer coisas que eu goste, por pensar que de alguma forma eu posso estar ofendendo alguém, desmerecendo, não sabendo ouvir, não sendo ética, sendo insensível e até grosseira. Por exemplo, demorei tanto tempo para falar sobre esse blog, por medo de estar falando lorotas e eu demorei a entender que eu só estou fazendo o que eu gosto. 

 A minha mãe sempre me ensinou que a gente precisa confrontar as coisas que não nos fazem bem, e saber lidar com elas. Então, com o tempo, eu comecei a confrontá-las e a entender como a minha ansiedade funcionava e como eu poderia ter uma relação melhor com ela. E isso mudou tudo.

Eu entendi que eu precisava abrir mão do perfeccionismo se eu quisesse viver de uma forma um pouco mais leve.E se eu não quisesse sofrer pensando demais, então eu precisava aprender a pensar menosÉ um processo, não tem como “fazer uma cirurgia” e acabar com a nossa ansiedade; é viver um dia atrás do outro tentando mudar um pouquinho que seja a nossa forma de encarar o mundo.


 É uma jornada de autoconhecimento que pode durar a vida inteira (ou não), mas não deveria ser algo ruim.
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A ansiedade me ajudou em muitas coisas, e parte de quem eu sou hoje, é por causa dela. Eu nunca me preocuparia em viver de uma forma melhor e mais saudável (fisicamente e psicologicamente) se eu não fosse ansiosa. É aquela coisa: aprendemos com os nossos problemas, e isso realmente muda a gente, para melhor, ou para pior.

Eu aprendi a tirar o melhor entre uma crise e outra, e cada vez eu entendia um pouco mais sobre o que me fazia ficar mal e o que me fazia voltar a ficar bem. E eu vi que ao adotar alguns hábitos pequenos no meu dia a dia, no final fazia uma enorme diferença. Exemplo, percebi que praticar atividade física me deixava mais relaxada, que me alongar me deixava mais feliz para continuar o dia e que ter uma rotina noturna e beber chás (quando o bicho pega) melhora minha insônia.

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Mas tem dia que não dá, fico muito agitada e minha cabeça parece não desligar nem por um segundo, eu reviro a noite toda na cama e acordo no dia seguinte nervosa por não ter dormido bem, e está tudo bem nisso também. 

Dar atenção aos pequenos detalhes que antes passavam despercebidos, foi crucial para mim. Mesmo que seja algo que aconteça todos os dias. Beber café com leite me deixa tão feliz que eu nem sei explicar; acordar no domingo de manhã com o cheirinho do café que só minha mãe sabe fazer, ver um filme com a minha família, ou até enfiar debaixo das cobertas da minha mãe e ficar abraçada no friozinho do inverno. São coisas simples, mas que fazem o dia valer a pena. Ultimamente, até ir do lado de fora para pegar sol tem sido importante para mim. 


E, sendo sincera, eu até gosto de viver no mundo da lua e criar várias expectavas para o futuro, mesmo que eu me decepcione depois. Acho que desse jeito eu sempre procuro qual seria a melhor versão de mim e o que eu preciso fazer para chegar até lá. 
É uma forma de buscar esperanças para o futuro: se hoje está ruim, amanhã com certeza estará melhor. 

Eu sei que nem sempre (ou quase nunca) conseguimos nos manter positivos em relação a nós mesmos e a nossa vida, mas não é sobre conseguir, e sim sobre tentar. Se permitir. 

Aproveite esse tempo, que apesar de caótico, tem nos ensinado tanto. Sobre o valor da vida e o que realmente importa, sobre o que queremos para nosso futuro e se o que fazemos hoje realmente vale a pena. Qual a sua melhor versão? Tente todo dia fazer algo que vai te levar a ela, e se permita viver a sua versão de hoje também, mesmo que não seja boa. 

Se permita não fazer nada e apenas sentir o tempo passando e descubra aquilo que te faz bem, e faça isso. Qual seu hobby? Escrever? Desenhar? Jogar? Eu não sei qual é o seu, mas tenho certeza que você tem um. Se permita descobrir os seus talentos. 

Com carinho, Clara

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