Um texto sobre a quarentena - reflexão

29 maio

Eu sei que não tem sido fácil. Na verdade, a vida sempre foi difícil, nós que aprendemos a vivê-la da melhor forma.

Texto sobre a quarentena
Tenho vivido dias em que têm sido difícil até levantar da cama, por conta da saudade que eu estou das pessoas que me cercavam, por causa do desânimo e do medo... medo disso tudo demorar, medo pelas pessoas que estão sofrendo.
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Nunca fui uma pessoa chorona, mas sempre fui muito sensível em relação as coisas que acontecem ao meu redor. Ver as pessoas sofrendo, para mim, é 1000x pior do que eu mesma sofrer.

Esses dias realmente têm sido desafiadores e preocupantes, porque, pela primeira vez em nossa geração, não podemos programar o dia de amanhã, muito menos pensar em dinheiro ou trabalho.

Vivíamos tão apressados e sem tempo de pensar no que era realmente essencial, que a vida nos deu esse tempo à força. Agora temos todo tempo do mundo (literalmente), para pensar no quanto somos orgulhosos em demasiadas situações; em como somos fúteis e nunca exploramos nada além daquilo que conseguimos ver; em como falamos muito nos defeitos dos outros e nunca nos nossos; em como somos rancorosos e capazes de nos fazermos de vítimas para não assumirmos a nossa responsabilidade ou a nossa culpa nas situações.

A quarentena tem sido muito importante pra mim, e também deveria ser para você. Tenho pensado no que realmente é importante pra mim e, principalmente, tenho aprendido a ser presente no agora (por mais que quando eu esteja sozinha, vivo mais no mundo da lua).

Quando digo viver o presente, me refiro a focar no que está acontecendo agora, e o mais importante: com quem. Obviamente, estamos mais com a nossa família durante este período, e é dela mesmo que eu quero falar.

Eu sei que às vezes parece ser difícil conviver com ela, até pode ser. Porém, fica mais difícil ainda quando a gente não sabe dialogar, nem a nossa família, fica em uma disputa de egos eterna, com um lado querendo vencer o outro.

É aí que está o problema: não existe vencedor em nenhuma relação. Relacionamentos são feitos de compreensão e mediação, e onde não há isso, não há uma relação saudável.

Eu não estou dizendo que eu conheço sua família e sei pelo o que você passa, só estou dizendo que a gente pode fazer muito mais do que fazemos, muita das vezes.

Tem sido um tempo tão bom com a minha, conversamos mais, e até mesmo na hora de arrumar a casa toda sozinha (porque a única que está apenas em casa sou eu), eu tenho ficado feliz e agradecida. O engraçado é que se fosse em algum outro momento, estaria revoltada com isso.

 Esse momento triste que vivemos também é uma forma de aprendermos a ser mais empáticos com a situação de outras pessoas. Assistindo Atypical (muito boa, assistam) e lendo uma pesquisa publicada em 2013 sobre pessoas no espectro, eu vi que os indivíduos que possuem algum grau de autismo demoram a entender a situação pela qual a outra passa, mas assim que entendem, demonstram um “nível” maior de empatia pela pessoa.

Precisamos ser assim, não nos conformarmos com toda dor e sofrimento dos nossos próximos, e tomarmos pequenas atitudes todos os dias para  fazer do mundo que a gente vive, um lugar melhor. Não importa se o que você pode fazer parece “pouco”, até porque a gente só vence a guerra ao vencer as pequenas batalhas!

Infelizmente, não querendo ser pessimista, as coisas tende a piorar, e nós tendemos a sofrer mais ainda (se é que isso seja possível). Precisamos encontrar uma forma de viver bem durante esse período, nos encaixar de alguma forma,  juntar energias e esperar que isso tudo seja vencido. Tem um mundo lindo lá fora nós esperando :)

Enfim, eu gostaria que todos pudessem ver a quarentena do melhor ângulo que conseguir, e tentar tirar dela o maior aproveito, aposto que vão se sentir melhor depois disso.

Com carinho, Clara. 

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