Todos os dias, surgem novos "cancelados", e suas vidas são milimetricamente expostas na internet pelos canceladores, que atacam suas famílias, ameaçam, e acabam com qualquer reputação que estas pessoas possam ter. Essa cultura, chamada de "cancelamento", está agindo como um tribunal de justiça, porém julga sem piedade, não se importa com a idade dos indivíduos, e não permite que estes se defendam.

Em primeiro lugar, é preciso considerar que a maioria dos usuários assíduos das redes sociais são adolescentes ou jovens. Estes indivíduos estão aprendendo a adquirir as responsabilidades que a vida adulta exige, e o julgamento que sofrem nas redes prejudica esse processo de amadurecimento, fazendo com que eles, além de se afastarem do convívio social, fiquem suscetíveis a doenças psicológicas, como ansiedade e depressão. Isso tudo se reflete na vida adulta, como Machado de Assis disse: "o menino é o pai do homem". O indivíduo se torna adulto baseado em suas experiências na infância e adolescência.

Além disso, é notório que a cultura do cancelamento não vê as pessoas como capazes de evoluírem. Os cancelados não possuem nenhum direito de se defenderem, ou de se explicarem. Frases e posicionamentos são tirados de contexto, e, por vezes, são antigos e já não condizem com o atual pensamento dos indivíduos, porém estes precisam sofrer as consequências de falas e ações irresponsáveis realizadas há anos. 

Visto que a cultura do cancelamento assola as redes sociais e é responsável por moldar o comportamento futuro dos jovens, faz-se necessário a conscientização da população, através de campanhas do Ministério da Saúde, contra a exclusão de indivíduos na sociedade, sem tirar a responsabilidades destes pelas suas ações. Dessa forma, estes responderão pelas suas negligências, tendo o direito de se explicarem e de se arrependerem; fazendo, assim, que todos consigam viver em harmonia, em constante evolução.